O ser humano para manter o ego intacto adota alguns mecanismos de defesa, como o de racionalização que especificamente abordarei nesse artigo.
A racionalização refere-se a uma luta constante para dar sentido ao nosso próprio mundo de experiências, com uma busca de explicações para nossos fenômenos internos, nossos comportamentos e sentimentos.
É a acomodação do conflito, já que o indivíduo demonstra apresentar certa resistência para a sua elaboração, desviando o foco com uma justificativa visando mascarar o nosso verdadeiro eu.
Em minha atuação como psicóloga são inúmeros os casos em que os genitores responsabilizam seus filhos por suas frustrações, irresoluções, conflitos. Esses são os bodes expiatórios desses contextos familiares desfavoráveis, negligenciando assim a sua responsabilidade para com os mesmos.
Em suas descrições afirmam que são filhos agressivos, intolerantes à frustração, impulsivos, desafiadores, com limitações para a socialização e até mesmo para o relacionamento interpessoal, com baixa auto-estima e sentimento de desvalorização.
Após a minha investigação, deparo-me com um avaliando que em sua personalidade denota um comportamento distinto do anterior mencionado. Identifico uma carência afetiva notável, e genitores ausentes desse convívio familiar. Não transmitindo amor, zelo, dedicação, muitos até afirmam que (próximo da criança) se o quadro não for modificado eles entregaram para um abrigo. Justificando que ele (a) é a causa de seus conflitos psíquicos.
Contudo, quando ressalto e pontuo a importância dos pais para a formação da personalidade dessa criança, essa orientação é, muitas vezes, desconsiderada. Genitores que não oferecem um convívio positivo e satisfatório para com o filho, não interagem, não os conhecem, não proporcionam momentos agradáveis com os mesmos. Quando indago qual é o programa favorito do seu filho ou quais são as suas brincadeiras de preferências? Eles perguntam para essas crianças.
Os aprendizados que os pais oferecem aos filhos não são tão somente com meros discursos, mas pelo seu exemplo e afetividade, por ser um modelo de referência em suas vidas.
É papel dos Pais: Acompanhar, com afeto, os primeiros passos do filho, com firmeza, acolhimento, apoio e, quando necessário, oferecer resistência à imposição do filho. Esse papel é árduo, complexo e delicado, principalmente na atualidade onde eles estão sujeitos a tantas interferências negativas.
Mas não se esqueçam, e nem se omitem, esse é o nosso papel.